
Aproximadamente 200 pessoas participaram na noite de sexta-feira (30) da abertura da 4ª Conferência de Promoção da Igualdade Racial de Guarulhos e Região “Igualdade e Democracia: Reparação e Justiça Racial”, que contou com a apresentação da roda de choro do Conservatório Municipal de Guarulhos, no salão de artes do Adamastor. O evento teve a participação das cidades de Arujá, Itaquaquecetuba e Santa Isabel, prosseguindo durante todo o sábado (31) com palestras, debates, salas temáticas, além da eleição de 30 delegados e da escolha de nove propostas que serão encaminhadas à etapa estadual da conferência.
"Este encontro é fruto de uma articulação regional, reunindo os municípios de Guarulhos, Arujá, Itaquaquecetuba e Santa Isabel, que se comprometem de maneira conjunta e solidária com a luta histórica por justiça social, reparação e igualdade racial”, destacou o subsecretário de Igualdade Racial, Jorge Caniba Batista dos Santos.
A conferência magna sobre o tema do evento foi ministrada pelo reitor da Universidade Zumbi dos Palmares, professor-doutor José Vicente, na abertura do encontro.
Participaram também da conferência a representante do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Sinapir) do Ministério da Igualdade Racial, Melina de Lima, o historiador e professor da Universidade Federal do ABS (UFABC), Weber Lopes Goes, o professor da Unifesp, Carlos José Lírio, e as docentes da Rede de Articulação e Formação de Jovens e Adultos de Regiões Periféricas (Uneafro) Mabel Assis, Milene Cristina Santos e Veruschka de Sales Azevedo, entre outras autoridades.
Desafios
O munícipe Ailton Diller Malaquias, que esteve em todas as conferências anteriores realizadas no município, comentou os desafios do segmento. “Os governos precisam ter uma visão mais favorável às questões raciais que vão muito além da cultura. Eles devem trabalhar questões da educação, saúde, empregabilidade, tecnologia, urbanas e habitacionais”, disse.
A presidente do Conselho da Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra Isabelense, Cynthia Mariah, considera que há muito ainda para a sociedade avançar na questão da igualdade racial. “Ainda temos muito que lutar. Temos um longo caminho pela frente porque precisamos trazer aqui políticas públicas para que nossos direitos sejam de fato atendidos”, disse a conselheira de Santa Isabel.
Os maiores desafios da população negra, de acordo com Cynthia, “são os anos de apagamento, uma luta de mais de 500 anos. Temos uma sociedade miscigenada que não consegue entender a necessidade de os direitos da população preta terem diferenciais como as questões de vida, saúde e da genética. Necessitamos de alguns cuidados a mais. E estas são questões que ainda não são atendidas”, explicou.
A inciativa foi coordenada pela Subsecretaria da Igualdade Racial de Guarulhos com apoio dos Conselhos Municipais de Promoção da Igualdade Racial dos cinco municípios do Alto Tietê.
Imagem: Nícollas Ornelas e Fabio Nunes Teixeira/PMG
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